Holanda mostra projetos bem-sucedidos de gerenciamento de resíduos sólidos
10/04/2012
Em seminário na Fiesp, representantes holandeses compartilharam experiências que deram certo em seu país e que podem ser aproveitadas no Brasil
O setor de reciclagem pode ser uma excelente oportunidade de negócios para os empresários brasileiros. Pelo menos essa é a opinião do coordenador sênior da NL Agency, Herman Huisman, que participou nesta terça-feira (10/03) do Seminário Internacional de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, realizado na Fiesp. O evento contou com a participação de empresários e representantes do governo da Holanda, referência mundial na adoção de práticas de gestão de resíduos.
De acordo com Huisman, a criação de um mercado para produtos recicláveis tornaria o setor lucrativo e mais atrativo para os empresários, contribuindo para a ampliação dos projetos de coleta seletiva. Além disso, o executivo da NL defendeu a redução dos aterros sanitários. "Os aterros sanitários deveriam ser menos atrativos e mais caros. Desta forma, somente os resíduos recicláveis seriam destinados a este espaço", sugeriu.
Huisman considerou ambicioso o prazo estabelecido pelo governo brasileiro para o cumprimento da Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS), que entrará em vigor em 2014. "O tempo é bastante limitado para que vocês possam atingir os altos objetivos estabelecidos pela lei. É uma tarefa bastante difícil. Todas as cidades e Estados deverão ter elaborado um plano de resíduos sólidos neste verão, uma transição bastante audaciosa", avaliou.
Experiência bem-sucedida
A ministra de Infraestrutura e Meio Ambiente do Reino dos Países Baixos, Melanie Schultz van Haegen-Maas Geesteranus, compartilhou os avanços que seu país promoveu nos últimos 40 anos no gerenciamento de resíduos sólidos, a partir da criação de um projeto nacional que proporciona a elaboração de políticas ambientais eficientes e o surgimento de novas tecnologias. Hoje 80% dos resíduos sólidos holandeses são reciclados.
O Brasil experimentou um grande desenvolvimento econômico nos últimos anos e agora reconheceu a necessidade de implantar uma legislação e um projeto socioeducativo de gestão de resíduos sólidos, fundamental para o desenvolvimento econômico ligado à sustentabilidade, salientou a ministra.
O vice-presidente da Fiesp e coordenador do Comitê de Mudanças Climáticas, João Guilherme Sabino Ometto, agradeceu a colaboração do governo holandês em compartilhar a suas experiências com os empresários paulistas.
Ele sugeriu que a Fiesp organize uma missão empresarial à Holanda com a finalidade de possibilitar a realização de novos negócios. E enfatizou: "Nós precisamos aprender com a Holanda todos os processos adotados no desenvolvimento do gerenciamento dos resíduos sólidos".
O diretor do Departamento de Meio Ambiente da Fiesp e do Ciesp, Eduardo San Martin, concordou com Ometto e ressaltou a importância da parceria entre o setor produtivo e as universidades na busca por políticas de produção mais limpa.
Segundo San Martin, nos últimos anos os empresários perceberam os benefícios da adoção de politicas sustentáveis.
A indústria de São Paulo vem adotando práticas de Produção mais Limpa. Tivemos conquistas expressivas no setor produtivo com a redução do consumo de água e energia. Um ganho ambiental acompanhado da redução dos custos.
O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, que cumpria agenda de eventos fora da entidade no início da manhã e não pode participar da abertura do seminário, deu início mais tarde à palestra "Responsabilidade pós-consumo de resíduos de embalagens".
Skaf agradeceu a visita da comitiva holandesa e ressaltou que a gestão de resíduos sólidos proporcionará ganhos ao setor produtivo: "Quando você cuida do meio ambiente e produz de forma responsável, todos ganham. Temos a oportunidade de criar um novo negócio e bons empregos".
Flávia Dias, Agência Indusnet Fiesp
Fonte: Fiesp
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