Governo lança plano para aumentar segurança no trabalho
27/04/2012
O governo federal lançou nesta sexta-feira (27) o Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho, com ações para diminuir o número de acidentes e mortes de funcionários em serviço.
O número de mortes aumentou de 2009 para 2010, de 2.560 para 2.712. Já os acidentes apresentaram redução no mesmo período; em 2010, foram registrados 701.496 acidentes de trabalho, uma redução de 4,35% em relação a 2009, quando o total foi de 733.365.
O ministro interino do Trabalho, Paulo Roberto Pinto, disse que o plano vai reforçar a segurança em um momento que o Brasil vive um boom de atividade na área da construção civil, por exemplo, com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e as obras ligadas aos grandes eventos como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
A construção civil é uma das atividades que mais registra acidentes, por ser uma das indústrias que mais cresce. No ano passado, 22% das ações de inspeção de segurança e saúde foram na construção civil para evitar soterramentos, quedas e choques elétricos.
— O setor de construção civil não é o que mais apresenta acidentes de trabalho, mas é o que mais cresce. E por isso nós estamos ampliando a fiscalização nos canteiros de obras.
Entre as ações específicas para a construção está a criação de equipes móveis com auditores para fiscalizar as obras pelo país.
No entanto, as ações não se restringem aos canteiros de obras. Hoje, a ocupação que registra mais acidentes é de motoristas de caminhão.
Além disso, as quedas também preocupam as autoridades. 40% dos acidentes de trabalho têm queda, em diversos setores diferentes como a manutenção industrial, a transmissão e distribuição de energia elétrica, as atividades de telefonia ou as manutenções em torres de transmissão.
O diretor do departamento de Segurança e Saúde no Trabalho do ministério, Rinaldo Marinho, explicou que muitas das propostas do plano já existiam, mas em diferentes órgãos, sem articulação. Agora, são ações articuladas com prazos definidos.
Segundo Marinho, os números do Brasil ainda estão altos em relação à acidentes e mortes por acidentes de trabalho, o que preocupa o governo em um momento de aquecimento da economia e grandes projetos para os próximos anos.
— O número ainda é bastante grande, mas já estamos experimentando nos últimos anos alguns avanços. De 2008 para 2010, os dados da Previdência já apontam a redução de 7% no número absoluto de acidentes, mesmo em um cenário de aquecimento da economia e número de empregos formais altos. E a melhor informação é que entre 2003 e 2010 houve uma redução na taxa de mortalidade por acidentes de trabalho. Ela [a taxa] era de 11,5% para cada 100 mil trabalhadores e hoje está em torno de 7,5%.
Em números absolutos, o Brasil é o 4º país com mais mortes em acidentes de trabalho; porém, quando comparado em taxa proporcional com a população, o País cai para o 55º lugar, observa Clovis de Queiroz Neto, coordenador de Segurança e Saúde da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Em 2010, os acidentes se concentraram na região Sudeste, com 378.564. O Sul veio depois, com 156.853, seguido por Nordeste (89.485), Centro-Oeste (47.374) e Norte (29.220).
Plano nacional
O plano tem sete objetivos que se desdobram em estratégias e ações, desde inspeção das condições de trabalho para cumprir as normas de segurança, ate educação. Ele prevê, por exemplo, a inclusão de conteúdos de segurança e saúde no trabalho nos currículos de ensino fundamental e médio para que os futuros trabalhadores já tenham consciência do que é preciso fazer e os cuidados básicos.
O plano foi criado a partir de uma comissão formada por governo, trabalhadores e empregadores. O esforço conjunto será coordenado por três ministérios: Saúde, Trabalho e Previdência.
Fonte: R7 Notícias
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